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Castigo Máximo

De forma colocada, de paradinha, ou até mesmo à Panenka ou Cruijff, marcaremos aqui a actualidade leonina. Analiticamente ou com recurso ao humor, dentro ou fora da caixa, seremos SPORTING sempre.

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Castigo Máximo

30
Dez21

Tudo ao molho e fé em Deus

O WM contra o autocarro


Pedro Azevedo

Caro Leitor, os jogos em Alvalade estão cada vez mais difíceis de vencer! Ontem, por exemplo, deparámo-nos com um daqueles autocarros antigos de passageiros da Eva que já se julgava estarem fora de circulação, com um veio posterior que, qual elástico ou fisga (de David), impulsiona a traseira para a frente nalgumas curvas mais sinuosas. Partindo de uma espécie de um 6-3-1, desse desdobramento portimonense resultou que, subitamente, vários algarvios se abeirassem da nossa baliza, daí nascendo uma interacção entre Adán e Eva que terminou com o pecado original de sofrermos um golo primeiro que o adversário. Na sua génese esteve o Reis, curiosamente um dos melhores em campo. Seguiu-se um jogo de ténis, com a bola a ir e vir constantemente para e da área portimonense sem que o Sporting conseguisse marcar um ponto. Para tal muito contribuiu a robustez do quadrunvirato de centrais algarvio, que impôs a lei perante o marxismo-leoninismo patenteado por uma equipa leonina sub-virada à esquerda, com a ala direita amputada pela inibição de Esgaio e as ligações de jogo interior coartadas pela extrema vigilância dos médios algarvios a Matheus Nunes. O intervalo chegou com o Sporting em desvantagem no marcador.

 

Não demorou muito tempo até que Rúben Amorim mexesse na equipa, Primeiro trocando Palhinha por Bragança, depois abdicando de Esgaio em função do estreante Geny Catamo, um jovem que revelou ter grande personalidade ao procurar constantemente o 1x1, com o suplemento de inteligentemente ter variado as suas acções, alternando os movimentos para fora e para dentro. Com as duas alas finalmente a carburarem em sintonia, os portimonenses viram-se obrigados a bascular sucessivamente a sua linha defensiva como se de uma equipa de andebol se tratasse. Por essa altura já Pedro Sá havia sido expulso por acção de um Reis Mago que assim entregou o ouro a Amorim, pelo que o esforço pedido aos algarvios acabou por provocar uma erosão de onde começaram a surgir falhas. E como tantas vezes acontece no andebol, o espaço para o pivô (atacante) apareceu. Assim, Paulinho acabaria por marcar de cabeça, primeiro, e depois por duas vezes com o pé direito, materializando um hat-trick, um sortilégio digno da magia do Natal que, pasme-se, nem sequer envolveu o seu melhor pé ou o remate de fora da área. Nuno Santos, no segundo tempo muito mais ala que lateral, esteve na origem dos dois primeiros.

 

Para ganhar ao Portimonense, qual "remake" da recepção ao Gil Vicente no ano passado, Rúben Amorim teve de pôr o Sporting a jogar em 3-2-5, o célebre WM popularizado por Herbert Chapman e tão caro aos nossos saudosos 5 Violinos. Curiosamente, Amorim surge agora entre Robert Kelly (79,2%) e Cândido de Oliveira (75,3%), os treinadores dos verdadeiros 5 Violinos que ainda incluíam Peyroteo, no segundo lugar da lista histórica dos treinadores do Sporting com maior percentagem de vitórias (75,31%, 61 em 81 jogos) por jogo realizado, deixando ainda mais atrás nomes como Alexander Peics (4º), Jozsef Szabo (5º), Randolph Gallloway, Mário Lino, Fernando Vaz, Malcolm Allison ou Bobby Robson. E como o nosso treinador diz que o melhor ainda está para vir...

 

Tenor "Tudo ao molho...": Paulinho

AmorimPaulinho.jpg

23
Dez21

Tudo ao molho e fé em Deus

Faroeste lusitano


Pedro Azevedo

No Lucky Luke, imortalizado pelo Morris, o mau da fita geralmente terminava coberto de alcatrão e penas. Mas isso era o faroeste americano, por onde o "poor lonesone cowboy" vagabundeava. Nós por cá, felizmente, somos civilizados e não fomentamos essas práticas indecorosas. Caso contrário, poderíamos ser tentados a pensar que o mundo da bola tuga também é um faroeste, o que com um árbitro com muitos Km de estrada de Primeira Liga num jogo que envolvia uns gansos certamente não auguraria nada de bom.  

O Sporting começou por dar avanço aos casapianos, histórico clube dos internacionais Roquete, que era da PIDE, e de Cândido de Oliveira, mais tarde nosso treinador no tempo dos 5 Violinos, que reza a lenda foi preso pelo primeiro. Presos ao chão pareceram os nossos na alvorada do jogo, e Jota voou para colocar o Casa Pia em vantagem. O golo não mudou a letargia geral dos nossos, e durante um período o futebol foi incaracterístico. Tempo então para Daniel Bragança entrar no jogo e todos deslumbrar com o seu toque fino, acelerações com bola e, imagine-se, até com recuperações de bola aéreas(!!). Porém, seria por intervenção do laboratório de bolas paradas que Amorim montou em Alcochete que o Sporting voltaria e equilibrar a contenda: para não variar, o capitão Coates foi lá à frente fazer a diferença.

Após o intervalo o Sporting entrou com Paulinho no lugar de Nazinho. Quer dizer, mais do que uma substituição de diminutivos houve uma  efectiva troca de posições, com Tabata a recuar para o lugar do muito jovem lateral/ala esquerdo e o Sporting a ganhar finalmente quem fosse capaz de pensar o jogo de cabeça levantada, o que como se sabe ajuda a perceber melhor o que se passa em redor (o Tabata geralmente concentra mais os seus olhos na relva, o que até poderá vir a revelar-se útil no combate a térmitas e fungos que vêm afectando o estado do nosso terreno). 

Com melhor dinâmica, fomos então dominando o jogo. O Pote, às voltas com o mau-olhado, até voltou a passar à baliza, coisa que, já se sabe, o tornou letal. Mas o poste ou o guardião dos Gansos conseguiram adiar o golo. Até que o Sarabia arrancou um remate que fez a bola bater na trave, ressaltar para dentro da baliza e voltar a tocar na trave antes de sair para fora da baliza. Ora, quem perceba um pouco de geometria percebeu logo que a bola só podia ter entrado, mas Rui Costa e companhia não terão sido assíduos nas aulas de matemática e mandaram seguir. Salvou-nos o VAR, como em tantas outras vezes, que em tempos natalício bem merece um "Hosana ao VAR". Ele é o caminho, a verdade e a vida, pelo menos para nós que com os meios de antigamente já estaríamos remetidos ao "nosso lugar" de sempre. É verdade, o VAR para nós é como um profeta que nos ilumina o caminho e nos mostra que afinal não somos filhos de um Deus menor. Pena é que sempre que há margem para a invenção o assistente vídeoarbitral não cumpra o seu papel: ontem, por exemplo, o Tabata viu-se expulso quando tentava fugir a um tackle deslizante perpetrado por um jogador do Casa Pia. Em inferioridade numérica, o que nos valeu foi a sagacidade do Amorim, que de uma penada refrescou todo o meio campo e meteu ainda o Homem Prevenido (aquele que vale por dois). 

Bom, chegámos ao Natal, barreira que noutros tempos era vista com um pessimismo digno de uma profecia de Nostradamus. E estamos em todas as competições: primeiros, ex-aequo, no Campeonato; nos quartos-de-final da Taça de Portugal; na "Final Four" da Taça da Liga; nos oitavos-de-final da Champions. Agora é pensar em trinchar o peru e continuar a encher a pança, sabendo de antemão que a azia ficará para um dos nossos rivais que se degladiarão hoje a partir das 20H45. Feliz Natal para todos os Sportinguistas. (E para todos os outros também, que são igualmente filhos de Deus pese embora o Jesus de Carnide ande a deixar os fiéis em brasa com o namoro com o Flemengo.)

 

Tenor "Tudo ao molho...": Daniel Bragança 

21
Dez21

Gonzalo Plata


Pedro Azevedo

Com um percurso fora do campo aparentemente atribulado, Gonzalo Plata está na iminência de ver o seu empréstimo ao Valladolid terminar antes do prazo antecipadamente previsto. Eu, que nunca fui um fã do equatoriano, apesar de tudo tenho pena que o jogador não tenha evoluido praticamente nada desde que chegou a Alvalade. Diga-se, porém, que a culpa é maioritariamente dele próprio, podendo assacar-se ao sistema preferido de Rúben Amorim alguma dificuldade adicional na imposição de Plata. Este, para mim, sempre me pareceu um brinca-na-areia, um jogador de revienga, de 1x1, rápido mas a meu ver com uma finta larga demais para desbloquear autocarros apertadamente estacionados. Além disso, sempre denotou grandes dificuldades em entender o jogo, em nele se envolver colectivamente. Por isso, Rúben Amorim procurou colocá-lo na lateral/ala, evitando zonas interiores do terreno onde essa limitação mais fosse visível. No meu entendimento, e provavelmente no de Amorim, o Plata seria mais útil como extremo aberto num declarado 4-3-3, mas como sabemos o Sporting não joga nesse sistema. Restaria então que se adaptasse ao que existe, e que na lateral/ala conseguisse conjugar o equilíbrio defensivo com o desequilíbrio ofensivo que provocaria no adversário. Umas vezes de pé trocado, a ver se despertava para o jogo interior e de entre-linhas, outras na esquerda (mais por fora). Todavia, tirando alguns fogachos, nunca pareceu consistente no seu desempenho. Apenas deu nas vistas em transições rápidas, de cada vez que encontrava um latifúndio para explorar. E ao fim de 3 anos continua a não desenvolver o potencial que os olheiros leoninos cedo lhe detectaram, pelo que ir-se-á perder caso não venha a revelar uma melhor aprendizagem. Em suma, é um caso que nos alerta para a prevalecência dos aspectos mental e táctico sobre a técnica e o físico num jogador de futebol. É que um jogo de futebol também se joga muito com o cérebro e quem tiver uma boa atitude e conhecer bem o jogo (veja-se o Neto, por exemplo) poderá alicerçar uma carreira melhor do que a sua qualidade técnica poderia antever. Já a Plata competirá provar que é muito mais do que um jogador de futebol de rua, de pelada. Afinal, não é à toa que os ingleses, seus inventores, denominam o futebol como "association", e associação aos movimentos colectivos é coisa em que o equatoriano não deslumbra. 

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19
Dez21

Tudo ao molho e fé em Deus

Um homem prevenido


Pedro Azevedo

O Nuno Santos é um homem prevenido, como tal vale por dois. Por isso, mesmo com apenas 9 jogadores de campo e um guarda-redes, o Sporting jogou sempre num 3-4-3 e não no 3-4-2 que toda a crítica apontou. Mérito total do ex-jogador da Formação do Benfica, que foi um dois-em-um, defendendo como um Matheus e passando a bola a si próprio como se de um Sarabia se tratasse. Foi assim aliás que nasceu o nosso primeiro golo: o Nuno Reis recuperou a bola na saída para o ataque dos gilistas e lançou o Pablo Santos que logo desferiu um remate que carambolou para dentro da baliza. Na verdade, as expulsões fizeram toda a diferença no jogo: é que enquanto o Ruben Amorim trocou um por dois, o pobre do Ricardo Soares soube de antemão ser impossível substituir uma (Fuji) moto e ficou apeado. Foi galo! 

Quem parece andar às voltas com a sua essência é o Pote. Então não é que o homem decidiu começar a rematar à baliza? Como consequência, os seus golos deixaram de existir. Quando simplesmente passava à baliza o desfecho era inevitável, o golo, mas agora, ao parecer forçar a barra, a bola deixou de entrar. Do mal o menos, se antes marcava como quem assistia, em souplesse, ontem assistiu (Inácio) como quem marca, em força. 

Com o jogo partido entrou o Bragança. Aquilo foi uma delícia, uma coisa a fazer lembrar o Brasil de 82, do Zico e do Sócrates, um festival de toque e retoque que desmaquilhou o resto da compostura barcelista. Como corolário, mais um golo, com classe, obviamente. Bem também o Esteves, o puto faz-se jogador e não tem medo de nada nem de ninguém. 

Do árbitro Tiago Martins será melhor nem falar. Desde confundir o Neto com o avô - sim, o Ugarte joga com tanta personalidade que mais parece um veterano de 20 anos - até não ver um penalty do tamanho do Cidade de Barcelos, passando por ignorar um golpe de MMA perpetrado pelo Fujimoto ou por impedir sucessivos contra-golpes leoninos alegando faltinhas daquelas a que os árbitros por toda a Europa não dão ouvidos (sim, a encenação vem geralmente acompanhada de gritinhos agudos e manhosos), o Tiago Martins fez de tudo um pouco. Em suma, uma arbitragem própria de um jogo de solteiros e casados, do Inatel, com paragens ideais para se tomar uma cervejinha ou fumar um cigarrinho. 

E assim chegou a décima (vitória consecutiva), com o Ruben já a alertar para a urgência da décima primeira. É assim também que se faz este novo Sporting, olhando para a frente e não para o retrovisor. Sem madeixas. Eu gosto. 

Tenor "Tudo ao molho...": Nuno Santos

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14
Dez21

Tudo ao molho e fé em Deus

No sorteio da UEFA(?)


Pedro Azevedo

De manhã começa o dia a aviarmos a Juventus para a Champions. De tal forma que à tarde já estamos no Campeonato do Mundo, a jogar contra o campeão dos Emirados Árabes Unidos. Ad(e)mirados? É esta a inebriante vida de um grande clube, o Sporting Clube de Portugal. E contra o Manchester City, que como o nome indica é uma agremiação do Abu Dhabi, marcharemos. Com a Ala dos Namorados, a Padeira Brites, o Quadrado e a Táctica do nosso Condestável (que nunca contestável) Dom Rúben Nuno Álvares Pereira Amorim. Mas também com a Ínclita Geração, os infantes Porro, Inácio, Matheus, Ugarte e Pedro, este último o das Sete Partidas (as necessárias até ao final), um homem tão à frente do seu tempo que tanto redige uma carta de Bruges como é bem capaz de despachar um Manifesto de Manchester enquanto o diabo esfrega um olho. Acompanhados pelos mais experientes, mas nada Velhos do Restelo, que são Adán, Coates, Feddal, Neto, Palhinha, Sarabia, Paulinho e companhia. O City, pois, que se ponha a pau, que da ocidental praia lusitana vem uma gente que não torce e tem a ambição de vencer. Mesmo que do outro lado esteja o mestre do trique-traque, ou tique-taque, ou lá o que é, até porque, não havendo uma segunda oportunidade de deixar uma primeira boa impressão, teremos de "matá-los" logo à primeira oportunidade. Portanto, eles que fiquem com a posse e nós com o passe. O passe social para o sorteio da próxima eliminatória. Que bem poderá passar por de manhã nos calhar uma equipa alemã e de tarde outra de Omã (ou do Qatar). Senhores da UEFA, vós Paris com cada sorteio... Já vos havia falado dos Jogos repetidos com informação incompleta , para aquilo que não vos preparei foi para sorteios repetidos com informação incompleta (não sei se não seria aqui de invocar o João das Regras...). Mas a UEFA educa, oh se educa...

 

P.S.1. Nestas coisas de David contra Golias há que sempre contar com a fisga, quiçá reforçada com a tão aguardada bazuca. Aguardemos então...

 

P.S.2. Os sorteios de ontem foram paradigmáticos destes novos tempos: da Vecchia Signora para os novos-ricos europeus há toda uma nova ordem do futebol a passar-nos pelos olhos. 

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09
Dez21

As vantagens do copo meio-cheio


Pedro Azevedo

Paulinho, Palhinha, Feddal, Jovane, Vinagre e Coates serão baixas leoninas para a recepção ao Boavista. Para além de um impedimento disciplinar e de um caso detectado de Covid-19, algumas lesões estão na origem destas ausências que necessariamente impactam num plantel curto. Mas isso será ver o copo meio-vazio e Rúben Amorim já nos mostrou, com o seu proverbial optimismo, que percepciona nas ameaças também grandes oportunidades. Será por isso a oportunidade de Nuno Santos (ou Esgaio) jogar na ala esquerda, de Ugarte consolidar o seu estatuto natural de primeiro candidato à sucessão de Palhinha e de TT ganhar minutos e confiança. À espreita, Tabata e Bragança deverão ser opções para entrar mais tarde no jogo, sendo de prever que vários jovens venham a completar a convocatória e quiçá virem a ter mais alguns minutos para ganharem tarimba. Tal só é possível por o plantel (22 jogadores) ser curto e requerer constantemente o recurso às equipas de formação. Assim, em vez de um monte de "consagrados" pagos a peso de ouro e cheios de azia por estarem no banco (ou na bancada), Amorim ganha um conjunto de jovens que já se sentem privilegiados por poderem calçar com os craques, jovens esses para os quais o copo está sempre meio-cheio. Tal como o Rúben o vê. A isto chama-se sintonia. E soma ao espírito de grupo, evidentemente. 

09
Dez21

JJ a olhar pelo retrovisor, Amorim a enfrentar o presente


Pedro Azevedo

O Benfica apurou-se para a fase a eliminar da Champions ao ficar à frente do actual sétimo classificado do campeonato espanhol. O Sporting também atingiu esse patamar, mas para tal teve de superar o presente segundo classificado do campeonato alemão. É certo que historicamente o Barcelona é um colosso, ostentando 5 taças de campeão europeu no seu palmares, mas não esqueçamos que o Borussia Dortmund não é um clube qualquer, também já ganhou a Champions. Aliás, se é para falar de história, então deveremos dar relevo ao facto de o Porto ter terminado o seu grupo à frente do AC Milan, um clube que venceu 7 Champions (o segundo melhor registo, logo atrás do Real Madrid). Assim, atendendo à realidade actual de cada clube e sua equipa de futebol, entendo que o feito do Sporting foi mais relevante que o do Benfica. Mas, claro, posso fechar os olhos e imaginar que o Messi ainda equipa de "blaugrana". (E, já agora, o Sammer, o Moller, o Riedle e o Paulo Sousa de amarelo e preto.) 

 

De qualquer forma, Sporting e Benfica estão de parabéns pela qualificação para a fase seguinte. Assim, Portugal terá 2 equipas na fase a eliminar, uma mais do que a Alemanha, país com um ranking de clubes da UEFA bem superior. De referir ainda que fora do G5 só os Países Baixos e a Áustria conseguiram acompanhar Portugal no apuramento, ainda assim só com uma equipa. Por último, além da Inglaterra (4 concorrentes), só Espanha ou Itália poderão ainda ter mais concorrentes na próxima fase que Portugal. Hoje, Villareal ou Atalanta decidirão qual destes países será representado por 3 clubes. 

08
Dez21

Tudo ao molho e fé em Deus

Derrota com moral


Pedro Azevedo

Com Rúben Amorim ganhamos sempre, mesmo quando perdemos. No passado, o Sporting perder era previsível, hoje passou a ser determinístico, obedece a uma causa. Sabemos quando podemos perder, e até ousamos perder para podermos ganhar diferentes coisas: novos jogadores, experiência, foco, humildade, pés bem assentes na terra. Uma causa assim é justa: perdemos hoje rumo à vitória final. Além disso, deixamos de banalizar a vitória. Vencer exige trabalho, concentração e organização permanentes. As vitórias alimentam-se a si próprias, acrescentam aos factores que conduzem ao êxito porque dão um moral que eleva a parte mental para o nível do físico, técnico e táctico. Mas também podem conduzir à soberba, atribuirmos a nós próprios um valor acima do real. A derrota tem o condão de nos fazer reflectir, rever processos, crescer. Por isso também é importante perder, nomeadamente quando a derrota não tem impacto no atingir de objectivos. Escolhendo criteriosamente o momento da derrota, mais perto estaremos de alimentar o sonho de vitória. E ganhamos tempo. Tempo de recuperação para jogadores fatigados, tempo de jogo para os menos utilizados, antecipação do lançamento de jovens. E prevenimos contratempos: lesões e impedimentos disciplinares. Pensando bem e analisando todos os factores, o Sporting goleou ontem à noite em Amesterdão. É que se há vitórias que são à Pirro, também há derrotas que deixam um sabor doce na boca.  Este, aliás, é o paradigma do novo Sporting: deixámos para trás o tempo das vitórias morais (derrotas injustas) e encaramos o novo tempo das derrotas justas e que dão moral (e ensinamentos). Procurando nas derrotas identificar os problemas que depois de solucionados nos levam às vitórias. Se isso só pode acontecer perdendo, percamos então com estilo. O que me leva à seguinte interrogação: não terá sido o 1-5 com o Ajax a nossa maior vitória da época? No fim se verá, mas hoje tudo leva a crer que sim...

 

Tenor "Tudo ao molho...": Ugarte

SportingAmesterdao.jpg

06
Dez21

Como o Sporting venceu o Benfica


Pedro Azevedo

Táctica, técnica, física e estrategicamente o Sporting dominou o Benfica na Luz. Optando por entregar a posse ao adversário (estratégia), o Sporting pôde exercer a pressão alta de que tanto gosta a fim de recuperar a bola e rapidamente explorar os espaços deixados em aberto pelo Benfica. Por via disso, a zona do terreno mais massacrada pelos leões foi a compreendida entre Lázaro e André Almeida, por onde aliás Sarabia emergiu para marcar o primeiro golo. Pouco depois, uma combinação entre Matheus e Sarabia voltou a expôr o lado direito da defesa encarnada, valendo ao Benfica a anormal má finalização de Pote. As águias nunca conseguiram durante o jogo estabilizar o seu flanco direito defensivo, nem mesmo após Cebolinha ter rendido Lázaro. Apesar de ter explorado prioritariamente as transições ofensivas, o golo inaugural do Sporting surgiu em ataque organizado, com Matheus Nunes a receber um lançamento lateral de Matheus Reis e a fugir à pressão que Weigl e João Mário lhe teceram. A bola chegou depois a Pote, que baixou linhas e combinou com Porro. O passe do espanhol tirou 3 jogadores benfiquistas da jogada e permitiu a Pote receber sem marcação mais à frente. Este, com duas opções de passe (Paulinho e Sarabia), serviu com êxito o ex-PSG porque Lázaro não acompanhou a sua movimentação. Do trio PSP (Pote, Sarabia e Paulinho) houve sempre um jogador a baixar linhas para pegar na bola e desmontar marcações. Isso criou inúmeros desequilíbrios ao Benfica, o qual apostara em marcações praticamente individuais ao longo do campo. Com o passar do tempo, o jogo partiu-se, cenário ideal para o Sporting, em duas transições rápidas, decidir a partida. Mérito para Matheus Nunes, que então dinamitou um meio campo do Benfica absolutamente impotente para o travar. Aliás, o meio campo do Sporting ofuscou todo o jogo o do Benfica. Foi como se tratasse de um confronto de estilos musicais: de um lado, os metaleiros Matheus e Ugarte, do outro os baladeiros João Mário e Weigl. No fim, o heavy-metal superou os "slows", deixando Jorge Jesus à beira de ter de ir cantar de galo para outra freguesia. 

P.S. (Jorge) Jesus virou-se para Lázaro e disse-lhe "levanta-te e anda" mas o Lázaro deixou-se ficar pelo chão, algo mais tarde replicado pelo André Almeida  quando Matheus "escreveu" o seu capítulo nesta história. É verdade, para o Benfica as incidências do jogo ganharam proporções bíblicas...

golosaravia1.jpg

04
Dez21

Tudo ao molho e fé em Deus

Dinamatheus


Pedro Azevedo

Com o Rúben Amorim a degustar ao jantar o Mestre da Tactica com 3 batatinhas e o Matheus Nunes a recordar-nos que o Ruca é uma estorinha para embalar meninos, o Sporting venceu sem espinhas na Luz. Durante a semana muito se havia falado das ausências de Palhinha e Coates, como se o Sporting, à laia da B SAD, se fosse apresentar apenas com 9 jogadores em campo. Acontece que o Ugarte e o Neto jogaram mesmo, e o uruguaio destacou-se em particular pela audácia com que encarou o seu novo habitat, não deixando crescer a relva à sua volta. Depois, os movimentos entre-linhas de Pote, a utilização por parte de Sarabia da via verde na auto-estrada existente entre Lázaro (mais tarde, Cebolinha) e André Almeida e a capacidade de pressão alta de Paulinho ajudaram a cavar a diferença. De tal forma que só por sorte o Benfica não chegou ao intervalo a perder por 2 ou 3 golos, algo visível para todos os espectadores excepto para o Mr Magoo que se sentou no banco dos encarnados. Com muitas soluções entre os suplentes para refrescar a equipa, no segundo tempo o Benfica cresceu na partida. Mas então entrou em acção Matheus Nunes: foram duas cavalgadas (eu já tinha dito que ele é um Mustang) de 50 metros que dinamitaram e aniquilaram por completo a resistência encarnada, a primeira concluída com um passe de ruptura(!) a servir de bandeja Paulinho, a segunda directamente a pô-lo na cara do golo e assim permitir-lhe sentenciar o jogo. O que deixa a seguinte questão: quão mais tempo conseguiremos manter o  Matheus afastado da cobiça dos gigantes europeus? É que ele assentaria que nem uma luva no Liverpool de Klopp, por exemplo. Bom, mas isso só acontecerá numa das próximas janelas de transferências, por isso desfrutemos ao máximo dele enquanto podemos. Todavia, será possível ter saudades de alguém ainda presente? Eu já tenho. Ah, e não esquecer o Gonçalo Inácio! Vinte aninhos apenas, mas uma saída de bola a fazer lembrar o Kaiser Beckenbauer e uma coordenação da linha defensiva que deve ter rebentado de orgulho o grande capitão Coates. E assim, com este espírito e esta classe, vai crescendo a onda Sporting. Na crista, a surfá-la com maestria, está o Amorim. Deus o guarde connosco por muitos anos, que não há preço para a felicidade e a alegria nos lábios de crianças e de adultos que há muito já mereciam isto. 


P.S.1. Qual a diferença entre o golo de Sarabia e o tão aclamado golo de Bernardo Silva a meio da semana? 

P.S.2. Sem querer "puxar o saco", já dizia o Cruijff que os sacos de dinheiro não ganham jogos. 

Tenor "Tudo ao molho...": Matheus Nunes. Paulinho, Sarabia, Gonçalo Inácio, Ugarte e Pote (anormalmente perdulário na finalização) estiveram também em excelente plano, mas todos os utilizados passaram no teste. 

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