Acuña Matata!
Pedro Azevedo
Marcos Acuña, argentino de 28 anos, é um daqueles jogadores que todas as equipas que ambicionam ser campeãs necessitam de ter na devida proporção no seu plantel. Aliás, se algo temos a lamentar não é o facto de termos um Acuña, mas sim o não haver mais uns quantos assim (Bruno Fernandes, que alia classe e raça, excluído). Bem sei, por vezes excede-se e há adeptos que não lhe perdoam tanta impetuosidade. Esquecem-se que geralmente as nossas maiores virtudes estão muito perto de serem os nossos maiores defeitos. Mudar o argentino, na esperança de que passasse a ser um menino do coro em termos disciplinares, iria provavelmente inibir as suas melhores qualidades: a raça e entrega ao jogo que coloca em cada movimento no relvado, como se a sua vida estivesse dependente do desenlace de cada lance que disputa. Essas características exercem um mimetismo em todos aqueles saudosos do Sporting dos nossos egrégios avós. Ele estimula-nos a memória e faz-nos recuar aos tempos de glória e amor à camisola. Nada como recorrer ao poeta Régio para transmitir a sensação que tenho quando Acuña está em campo: com ele, o Sporting é "um vendaval que se soltou, uma onda que se alevantou, um átomo a mais que se animou". Ecce homo: Marcos Acuña, "Acuña" Matata, o Rei Leão!
P.S. Embora sem a técnica do argentino, o macedónio Ristovski é outro jogador que me encanta pela disponibilidade posta em campo.