O silêncio também é ouro
Pedro Azevedo
A infeliz polémica que estalou entre Nelson Évora e Pablo Pichardo dá-nos conta de um país pequenino. Tão pequenino que não consegue albergar em simultâneo dois grandes campeões. O ouro, tão brilhantemente conquistado em duras competições que empolgaram uma Nação, constará do espólio de medalhas de cada um. Mas há um outro ouro que infelizmente ambos insistem em alienar, o que equivale ao valor do silêncio, assim se vulgarizando num bate-boca que é objectivamente um loose-loose. Porque quem vive no Olimpo dos deuses tem de estar acima de questiúnculas mundanas, caso contrário arrisca-se a (triplo-)saltar de lá como o Hefesto.