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Castigo Máximo

De forma colocada, de paradinha, ou até mesmo à Panenka ou Cruijff, marcaremos aqui a actualidade leonina. Analiticamente ou com recurso ao humor, dentro ou fora da caixa, seremos SPORTING sempre.

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Castigo Máximo

02
Set20

Miguel Oliveira e Carlos Lopes


Pedro Azevedo

Há pouco mais de uma semana atrás, Miguel Oliveira deu novos mundos ao mundo desportivo português. Esse seu pioneirismo no desporto motorizado internacional lembra-me o imortal Carlos Lopes, o primeiro português a ganhar uma medalha de ouro nuns jogos olímpicos. Se os obstáculos fizeram-se para serem ultrapassados, não é menos verdade que muitas vezes o principal bloqueio é mental. Não é por isso despicienda a cronologia de eventos: ser o primeiro a ultrapassar o Cabo das Tornentas é um sinal de que nada é impossível e um incentivo para outrém no sentido de tentar replicá-lo. É desse pioneirismo com contornos de heroicidade que se vão ultrapassando as condicionantes económicas e psicológicas e as desigualdades e se deve afirmar o novo Homem português, aquele que recupera o aventureirismo e audacidade dos antigos marinheiros lusos e ousa vencer sem aquelas vantagens competitivas, truques, esquemas  e/ou favorecimentos de que o "tuga" raramente prescinde. Não enferma por isso de um nacionalismo bacoco o justo enaltecimento das proezas de Oliveira ou Lopes, pelo contrário isso deve ser encarado como a visão do Portugal que queremos. Miguel Oliveira não venceu apenas uma corrida da classe rainha de MotoGP, ele deu também o primeiro triunfo a esse nível a uma equipa (Tech 3) com 40 anos de existência e a um país com 9 séculos de história. Da mesma forma que a madrugada gloriosa de Carlos Lopes em Los Angekes não foi só uma vitória individual de um homem cuja tenacidade permitiu ultrapassar uma persistente e debilitante lesão, mas também o triunfo de um planeamento de largos anos desenvolvido pelo Professor Moniz Pereira que teve a apoteose nessa primeira grande afirmação lusa no maior evento desportivo mundial. É bom termos isso bem presente nestes tempos em que o politicamente correcto nos quer impelir para dizer mal do que é nosso e da nossa história, desprezando a visão de todos aqueles que ao longo dos tempos ousaram sonhar e assim ousaram vencer, fazendo a diferença por uma ideia de Portugal que é muito mais do que uma área ou um território, é  a superação individual de cada um e o seu contributo para animar o sentido de um projecto colectivo comum alicerçado no trabalho, na inspiração e numa peculiar alma até Almeida nunca arredada de um certo sentir, resistir e acreditar tão lusitanos. 

05
Abr20

O melhor atleta português de sempre

Resultados finais


Pedro Azevedo

Participaram neste inquérito 19 Leitores. Foram nomeados 15 atletas, 12 dos quais com ligação ao Sporting Clube de Portugal. Os nomeados foram Cristiano Ronaldo, Carlos Lopes, Rosa Mota, Livramento, Nelson Évora, Joaquim Agostinho, Fernando Peyroteo, Naide Gomes, Eusébio, Fernanda Ribeiro, Pedro Miguel Moura, Bessone Basto, Jesus Correia, Luis Figo e Manuel Faria. :A luta foi renhidíssima tanto para o primeiro lugar (diferença de 1 ponto ao fecho de 6ª feira, empate antes do último votante) como para o último lugar do pódio. Eis os resultados finais ("top ten"): 

 

10º lugar: Nelson Évora (5 pontos)

 9º lugar: Fernanda Ribeiro (7 pontos)

 8º lugar: Luis Figo (7 pontos)

 7º lugar: Eusébio (8 pontos)

 6º lugar: Fernando Peyroteo (12 pontos)

 5º lugar: António Livramento (19 pontos)

 4º lugar: Rosa Mota (35 pontos)

 3º lugar: Joaquim Agostinho (36 pontos)

Espolio-Joaquim-Agostinho-revistas3.jpg

  • Dois pódios (3º lugar) na classificação geral do Tour de France;
  • Segundo lugar na geral da Vuelta;
  • 3 vezes vencedor da Volta a Portugal;
  • 6 Campeonatos Nacionais de Estrada;
  • Vencedor da etapa mítica terminada no Alpe D' Huez (1979);
  • Vencedor de 4 etapas no Tour;
  • Vencedor de 3 etapas na Vuelta;
  • 8 classificações entre os 8 primeiros à geral do Tour. 

 2º lugar: Cristiano Ronaldo (81 pontos)

ronaldo suiça.jpg

  • Campeão da Europa por Portugal;
  • Vencedor da Liga das Nações por Portugal:
  • 5 vezes vencedor da Champions de clubes (4 pelo Real Madrid, 1 pelo Man Utd);
  • 4 vezes Campeão do Mundo de clubes (3 pelo Real Madrid, 1 pelo Man Utd);
  • 2 Supertaças da UEFA;
  • 6 Campeonatos Nacionais (3 pelo Man Utd, 2 pelo Real Madrid e 1 pela Juventus);
  • 5 Bolas de Ouro;
  • 4 Botas de Ouro;
  • Recordista de golos da história do Real Madrid (450 golos);
  • 2º melhor marcador mundial da história das selecções nacionais (99 golos);
  • 725 golos na carreira (a 5 de Abril de 2020).

 1º lugar: Carlos Lopes (85 pontos)

carloslopes2.jpg

  • 3 vezes Campeão do Mundo de corta-mato;
  • Campeão Olímpico na Maratona;
  • Vice-Campeão Olímpico nos 10 000 metros;
  • 2 vezes Vice-Campeão do Mundo de corta-mato;
  • 7 vezes Campeão da Europa de clubes em corta-mato (Sporting);
  • 3 vezes vencedor da Taça dos Campeões Europeus (individual);
  • Antigo recordista mundial, olímpico e europeu da Maratona;
  • Antigo recordista europeu dos 10 000 metros;
  • 1º atleta português a obter uma medalha olímpica na modalidade de atletismo;
  • 1º atleta português (todas as modalidades) a obter o ouro olímpico;
  • 10 vezes Campeão Nacional de corta-mato;
  • 2 vezes Campeão de Portugal de 10 000 metros;
  • 2 vezes Campeão de Portugal de 5 000 metros;
  • Campeão de Portugal dos 3 000 metros obstáculos.

 

Carlos Lopes, o melhor desportista português de sempre para os Leitores do blogue "Castigo Máximo"!

02
Abr20

O Super-Lopes


Pedro Azevedo

A primeira vez que o vi ele flutuava imperialmente sobre uma superfície lamacenta e revolta pelo frequente galope dos cavalos. Estávamos em 1976 (28 de Fevereiro) e disputava-se o Campeonato do Mundo de corta-mato. O local: o Hipódromo de Chepstow, no País de Gales. À época Portugal tinha poucas conquistas de relevo no desporto internacional, pelo que a retumbante vitória de Carlos Lopes não me apanhou apenas a mim de surpresa, mas também todo uma nação. Uns meses mais tarde, num outro país e continente (Montreal, Canadá, América do Norte), ei-lo de novo perante os meus olhos. O cenário agora era ainda mais grandioso, visto que a cidade canadiana do Quebec organizava os grandiosos Jogos Olímpicos de Verão. Lopes competia agora em pista, na prova de 10 000 metros (26 de Julho), e não estava entre os principais favoritos. Estes eram o belga Emiel Puttemans, os britânicos Tony Simmons e Brendan Foster e o finlandês e campeão olímpico em título Lasse Viren. O português, que já mostrara anteriormente estar em forma ao vencer a sua série de qualificação, foi logo para a frente impôr ritmo. Um a um, os seus adversários iam ficando para trás, impotentes para acompanharem a passada do homem de Vildemoinhos. Só Viren resistia quando faltavam 500 metros para o fim. Até que o finlandês, suspeito de fazer transfusões do seu próprio sangue previamente congelado, se foi embora e ganhou a medalha de ouro. Carlos Lopes ficou com a prata, tornando-se o primeiro português a ganhar uma medalha em atletismo nuns Jogos Olímpicos. 

 

Após o exuberante ano de 76, Lopes não teve a progressão desejada. Em 77 ainda se sagra vice-campeão mundial de "cross", mas uma arreliadora lesão no tendão de aquiles afasta-o das principais competições mundiais e a carreira está quase a perder-se. Durante 5 anos, o atleta português enfrenta o calvário, resistindo a uma operação que não dava amplas garantias de continuidade de carreira. Optando por tratamentos conservadores, encontra o mestre Koboyashi, o homem que com as suas agulhas de acupuntura salva o português para a competição. Em Maio de 81 vê o seu compatriota e colega de treino, Fernando Mamede, bater o record da Europa dos 10 000 metros. O feito de Mamede espicaça-o. Até que o viseense renasce das cinzas como a fénix e em Oslo, em 26 de Junho de 82, tira mais de 3 segundos à marca do alentejano do Sporting e torna-se o novo recordista da especialidade. Em 83, nova medalha de prata no Mundial de "Cross". O português volta a sagrar-se campeão mundial de corta-mato em 84, nos EUA, batendo o inglês Hutchings e o galês Steve Jones, prenúncio para um resto de temporada fantástico que inclui a obtenção da segunda melhor marca mundial de todos os tempos nos 10 000 metros, em prova onde Mamede bateu o record mundial (Estocolmo), e a primeira medalha de ouro olímpica portuguesa com a vitória na Maratona dos Jogos de los Angeles, batendo o record mundial da prova que celebra a distância percorrida pelo soldado grego Philippides entre Marathon e Atenas. Em 85, correndo em casa e alegando má forma, bate uma dupla africana formada pelo queniano Kipkoech e o etíope Bulti e realiza o hat-trick de vitórias mundiais em corta-mato. Tem 38 anos e nesse momento não há ninguém no mundo que duvide que ele é o atleta mais complato de sempre no combinado de pista, corta-mato e estrada. 

 

Carlos Lopes, um campeão "made-in Sporting".

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