Se os 3 Mosqueteiros eram na verdade 4, a "santíssima trindade" formada por Pedro Gonçalves, João Palhinha e Sebastián Coates foi recentemente reforçada com Matheus Nunes. Estes são para mim os imprescindíveis para esta época. Gosto muito do Man U (Manuel Ugarte), que além do mais me faz lembrar o Manchester de Sir Alex Ferguson, Matt Busby, Cantona, Giggs, Beckham, Charlton, Best ou Law por quem o meu coração bate em Inglaterra, mas demorará algum tempo até que o onze do Sporting venha a ser Manuel United. Todavia, Ruben Amorim acaba de receber um jogador que lhe poderá ser de grande utilidade. Versátil, tanto pode jogar a 6 como a 8. Tem intensidade defensiva, passe longo com os dois pés e transporte de bola. Não tem a envergadura de Matheus (altura semelhante, mas menos largura de ombros) nem a passada tão larga, a protecção de bola ou a segurança no início da construção do luso-brasileiro, mas será um jogador para ir entrando na equipa. Porém, se queremos ser competitivos na Europa e aproveitar a montra da Champions, então Matheus será o jogador a reter e valorizar. E a sua manutenção será como um investimento a prazo com forte probabilidade de elevado retorno futuro, salvo imponderáveis que podem advir de eventuais lesões. Ganhando-se tempo para que Amorim transforme Ugarte num seu clone perfeito, algo que não me parece de todo despropositado ã luz das características comuns entre os dois (não há em Portugal um jogador que se assemelhe tanto a Matheus como o Ugarte, sendo certo que no caso do ex-Ericeirense o seu potencial é quase ilimitado vis-a-vis estarmos na presença de um Mustang que Ruben tem sabido adestrar sem lhe retirar a explosividade que passou a ser patente apenas no tempo e espaço certos).
P.S. Tenho enorme apreço pelo Nuno Mendes, um fantástico ala esquerdo de nível mundial, que ataca bem e defende excelentemente (por fora e especialmente na dobra por dentro), mas tenho para mim que a zona central do campo é a verdadeiramente nevrálgica, razão pela qual a sair alguém privilegiaria o Nuno.
P.S.2 O ano passado o Matheus jogou como 8, 6, ala direito, central pela direita e interior direito. No total, fez 5 posições. Há mais alguém com esta versatilidade no plantel? É que este tipo de versatilidade torna-se fundamental quando o treinador quer mexer na equipa sem necessariamente alterar a sua estrutura.