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Castigo Máximo

De forma colocada, de paradinha, ou até mesmo à Panenka ou Cruijff, marcaremos aqui a actualidade leonina. Analiticamente ou com recurso ao humor, dentro ou fora da caixa, seremos SPORTING sempre.

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Castigo Máximo

06
Dez22

Telé 2.0


Pedro Azevedo

Do futebol se diz ser a coisa mais importante entre as coisas verdadeiramente não importantes da(s) nossa(s) vida(s), uma frase pelo menos tão batida quanto cada um dos escassos relvados disponibilizados pela organização deste campeonato do mundo. Todavia, de 4 em 4 anos, o futebol aparenta mesmo ser a coisa mais importante de todas as coisas verdadeiramente importantes. Fruto da mega encenação que a FIFA constrói para o evento, cria-se a percepção de que a pátria se decide à volta do jogo da bola, com os generais de ocasião, um corrupio de políticos, a acompanharem de perto cada nova "batalha", como se do desfecho da nação se tratasse. 

 

De todas as selecções presentes em competição a que mais me agradou até ao momento foi o Brasil. Nesse sentido, Tite apresenta-se como o Telé versão 2.0, uma evolução que não desprezando o futebol sambado o compatibiliza com a preocupação de ter o esférico rapidamente recuperado. Ontem, ao olhar para este Brasil, tive a ilusão de estar novamente a ver o Zico, o Sócrates, o Falcão e o Éder, em suma, a brilhante gesta de 82. Os novos craques chamam-se agora Vinícius, Neymar, Richarlison ou Raphinha, e recuperam-nos a ideia de que é possível ganhar e jogar bonito, agradar simultaneamente ao cérebro e ao coração. Por isso este Brasil faz bem ao futebol, não escondendo que o desastre canarinho de 82 conduziu na minha opinião o ludopédio no caminho oposto, para anos de trevas. Evidentemente, um dos segredos deste novo Brasil parece residir nos equilíbrios que se estabelecem quando a equipa não está em posse. Aqui, para além da importância do polvo Casimiro, Tite conseguiu uma solidariedade defensiva entre todos, que faz com que Vinícius, Richarlison e Raphinha rapidamente recuperem posições e briguem pela bola. O próprio Neymar desce e ocupa um espaço, ainda que com um atitude mais passiva que os demais. Não há assim lugar para um Ganso (Paulo Henrique, ex-colega de Neymar no Santos e actual craque do Fluminense), mas obviamente não se despreza a oportunidade de ter um Pombo (Richarlison). Mas é com bola que a equipa delicia: a classe com que Vinícius colocou a bola no primeiro golo ou assistiu para o quarto, o virtuosismo de Neymar a congelar o guarda-redes coreano no segundo ou o momento zoomarine de Richarlison no terceiro foram inolvidáveis. E depois há 2 centrais brasileiros que mais parecem jogadores da posição "10", com uma visão de jogo e um timing de passe insuperáveis para os seus pares de outras selecções. De forma que há muito tempo não me divertia tanto com um jogo de futebol. 

 

Não sei se o Brasil ganhará a "guerra", mas admito que a sua vitória contribuiria para um melhor futebol, um jogo que efectivamente entusiasmasse as pessoas, com menos especulação e mais fantasia, menos negócio e mais espectáculo. Porque o futebol também pode fazer sonhar. E o que o Escrete ontem fez, naquele seu jeito de exportar o futebol da rua para o mundo inteiro, deixou-me a sonhar com as palavras proferidas por Júlio César ao passar o Rubicão: Alea jacta est. Os dados foram lançados e já sabemos que a bola lhes obedece como a ninguém, veremos se o Senado do futebol mundial estará de acordo com esta nova ordem que o tomou de surpresa. Veni, vidi, vici? (Se não puder ganhar Portugal, eu assinarei por baixo.)

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