Tudo ao molho e fé em Deus
“Marvel(ous)”;
Pedro Azevedo
Caro Leitor, com o Homem Aranha (Palhinha) a estender a sua teia aos adversários e o Senhor Fantástico (Matheus Nunes) a esticar-se pelo relvado todo não há meio-campo opositor que resista. É verdade, o Sporting tem no centro do campo um dueto da Marvel, uma parelha "marvelous" (maravilhosa) que nenhum adepto quer que seja para (livro de cheques de) inglês ver, literal e metaforicamente falando, que cresce todos os dias sem que para nossa felicidade se perspective onde estará o seu limite. Ontem, voltaram a ser os melhores em campo, bem secundados pelo Rúben Vinagre e Gonçalo Inácio. Dir-se-ia que, a continuarem com o actual raio de acção, vão remeter a análise comparativa aos jogadores que lhes antecederam para o plano das quadras de futsal.
Se a B SAD é, como diria o O' Neill, uma coisa em forma de assim no que diz respeito a um clube de futebol, o Petit podia perfeitamente trabalhar nas Chaves do Areeiro, tal é a inclinação que revela para fechaduras e cadeados - é caso para se dizer que só se estraga uma casa (às costas), desde que o Palhinha e afins consigam sobreviver com os tendões e os ossos intactos ou não se afoguem no pântano do Jamor. Vai daí, dessa ideia de futebol resultou um zero em remates enquadrados à baliza do Adán, até porque das poucas vezes que a dupla da Marvel foi ultrapassada logo Neto, Coates e Inácio chegaram e sobejaram para as encomendas.
O Sporting marcou cedo na partida e na alvorada do segundo tempo ampliou a vantagem, pelo que o restante tempo de jogo foi utilizado pelos leões para desperdiçarem ingloriamente uma goleada. Uma esmerada arte de perdoar que não há maneira de erradicar de Alvalade, mais de um quarto de século após Bobby Robson ter denunciado a falta de killer instinct dos leões. Talvez Rúben Amorim o venha a conseguir, afinal nenhum desafio para ele parece impossível de concretizar: quem diria que de Palhinha veríamos constantes variações do centro do jogo como as que pudemos observar ontem, ou de Matheus Nunes assistiríamos a passes de ruptura como aquele que deixou Paulinho na cara do golo? Enfim, o céu é o limite, mas por Toutatis esperamos que não nos caia em cima da cabeça nesta janela de mercado.
Tenor "Tudo ao molho...": João Palhinha