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Castigo Máximo

De forma colocada, de paradinha, ou até mesmo à Panenka ou Cruijff, marcaremos aqui a actualidade leonina. Analiticamente ou com recurso ao humor, dentro ou fora da caixa, seremos SPORTING sempre.

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Castigo Máximo

05
Mar23

Tudo ao molho e fé em Deus

Distribuição menos chata


Pedro Azevedo

Já Vos tinha dito aqui que o futebol não é uma ciência exacta como a matemática. Ainda assim, a matemática pode ajudar-nos a explicar o futebol e, mais concretamente, o que aconteceu ontem ao fim da tarde em Portimão. Imaginem uma distribuição normal como uma função probabilística caracterizada por uma média e um desvio-padrão. Essa distribuição representa uma amostra, a qual é composta por n observações. Se tivermos muitas observações concentradas no mesmo valor, a média andará muito perto desse valor e as caudas da distribuição serão muito finas ou quase inexistentes. A esse achatamento da distribuição normal dá-se o nome de curtose platicúrtica. Agora peguemos no caso concreto de Paulinho. Antes desta jornada, para o campeonato, o Paulinho tinha apenas dois golos marcados, o que se traduzia matematicamente numa esmagadora quantidade de observações em branco. Assim, a probabilidade de marcar em Portimão era muito baixa, porque o desvio-padrão, a medida de dispersão de dados das observações face à média, era também muito baixo. Mesmo que em cada Sportinguista não exista um Pedro Nunes e que o conceito de distribuição normal possa não estar interiorizado por todos, há um senso comum nos seres humanos que deriva do conhecimento das suas experiências passadas. Ainda que superficial, esse pensamento tem o seu quê de probabilístico, logo matemático. Só que, como iniciei esta crónica, o futebol não é uma ciência exacta. E Portimão foi o cenário ideal para o provar. Com esmero, ou o nosso melhor goleador não tivesse falhado golos em barda e o seu recúo para o meio campo coincidido com o momento do nosso golo. Mais, esse golo - e que golo! - foi apontado por Paulinho. Ou seja, o Sporting ganhou com Pote no meio campo (e foi ele a assistir para o momento do jogo) e Paulinho a marcar um golo à ponta de lança na única oportunidade que teve para o fazer, tudo ao contrário das observações que os adeptos leoninos tinham em mente. Enfim, poder-se-á tão somente dizer que aconteceu futebol, sendo aqui futebol algo comparável à magia, a um sortilégio que nos transporta para lá da racionalidade e/ou compreensão. O que não quer dizer que no futuro não possa ser explicado matematicamente. Nesse sentido, o desafio de Paulinho será tornar a distribuição dos seus golos menos achatada em torno do zero de média e, por conseguinte, menos chata.  Para ele e para nós.

 

Tenor "Tudo ao molho...": Paulinho

 

P.S.1. Uma palavra para Rúben Amorim, que foi um senhor em todas as intervenções que teve depois do jogo, nunca procurando o revanchismo após as criticas de que foi alvo pela utilização recente de Pote no meio campo e de Paulinho como ponta de lança. Ele sabe que as razões do Sporting são mais importantes do que as suas pontuais razões. Chapeau!

 

P.S.2. O Chermiti traz ao jogo do Sporting uma capacidade de luta extraordinária. Ontem foi quase sempre mal servido, mas nunca desistiu de uma bola.

paulinhochermiti.jpg

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