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Castigo Máximo

De forma colocada, de paradinha, ou até mesmo à Panenka ou Cruijff, marcaremos aqui a actualidade leonina. Analiticamente ou com recurso ao humor, dentro ou fora da caixa, seremos SPORTING sempre.

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Castigo Máximo

23
Fev20

Tudo ao molho e fé em Deus - Leão de Plata


Pedro Azevedo

Caros Sportinguistas, este foi o jogo de Plata. Mas, antes disso, talvez seja bom reflectirmos sobre  o quanto o futebol do Sporting melhorou a partir do momento em que Silas começou a jogar com dois alas puros. Não com uma estrela do raggaeton e um segundo avançado travestido de extremo, mas com dois alas a sério. Já tinha acontecido com o Basaksehir, voltou a suceder hoje contra o Boavista. Desta vez com uma nuance: o jovem Plata no lugar do maduro Bolasie. Se há dias de glória para os treinadores de bancada, este foi um deles. É certo que o requerimento de jogar com alas revestia-se de uma ululante forma de óbvio, mas é sempre reconfortante quando uma teoria se traduz na prática em algo que faz a nossa equipa ganhar mais vezes. Mais ainda quando a tal se adiciona a aposta na Formação e a nossa vitória no campo vem acompanhada da derrota do caminho que nos afasta da sustentabilidade.  

 

Em crónicas como a do jogo de Vila do Conde tinha ficado subjacente a solidão dos leões. Nunca uma equipa do Sporting ficara tão só como a nossa sem Bruno Fernandes com o Rio Ave, sentimento de orfandade extensível a sócios e adeptos. Um clube que nasceu para ser grande, que enorme tem sido durante toda a sua história, ameaçava deixar de o ser. William Blake dizia que o caminho do excesso leva-nos ao palácio da sabedoria, e a verdade é que uma prossecução de erros em excesso encaminhou-nos para o único caminho possível, o da luz: com as duas alas dos namorados, flanqueadores puros e jovens da nossa Academia, seremos mais felizes e sustentáveis. 

 

E agora o Plata. Contra os turcos não houve Bruno, mas houve Jovane. E Vietto. Hoje voltou a não haver Bruno. Mas houve Plata. E Vietto. Mas eu quero falar do Plata. O Plata fez xeque-mate no tabuleiro axadrezado após, uma a uma, ter deitado todas as peças boavisteiras, a última das quais, experiente de outras guerras, não caiu sem antes ter mostrado os pitons bem em riste. Por isso, em Domingo Gordo, o equatoriano foi o Rei Momo do Carnaval Sportinguista. A serpentear e assim abanar o lado esquerdo da defesa nortenha, a servir Sporar para o primeiro da tarde solarenga, a mostrar sentido de oportunidade no golo anulado e no golo confirmado, ou a assistir Jovane. Também a falhar com estilo, como quando abusou da força num passe que se afigurava fácil para Sporar, ou quando foi macio de mais na recepção de um serviço açucarado de Jovane. Imaginam o Plata quando encontrar as doses q.b. de força e macieza? É este apuramento, este trabalho de ourives que o Sporting não pode deixar de fazer. O talento, em bruto, está lá. Falta encontrar o artesão certo na próxima época. 

 

Está a terminar o tempo do profano. Quarta feira de cinzas inicia-se a Quaresma. É o tempo do sagrado. O nosso deus dos estádios já não mora aqui, anda agora por Manchester a mostrar o seu dom entre os comuns mortais. Não havendo deus Bruno, temos de nos agarrar aos que formamos, algo que devia ser "sagrado" para nós. O Dala bisou pelo Rio Ave, o Gauld também pelo Farense. O Mama marcou pelo Dijon. O Palhinha está em grande no Braga, o Domingos é um dos melhores da La Liga e o Matheus Pereira brilha em Inglaterra. Há que resistir à tentação de tentar justificar no campo o injustificável racional de certas contratações e/ou opções de mercado. Em tempo de Quaresma, os sócios já não vão em carnavais. É, sim, hora de pensar em mudar de vida e apostar convictamente nos miúdos. Se é para perdermos os anéis, ao menos salvemos os dedos. 

 

P.S.1 A luta pela Liga Europa continua renhida, mas nada há a temer. Já temos rulote, pés descalços, a barraquinha dos tirinhos (no mercado) e uma montanha russa de emoções à solta, agora só falta a UEFA restaurar a Taça das Cidades com Feiras...

 

P.S.2 Hoje tivemos em campo 5 miúdos que passaram pela Academia e outro, mais velho, que por lá passou e regressou. Ganhámos! (O presente e o futuro.)

 

P.S.3 A nossa equipa sénior feminina de futebol jogou (e ganhou) com o Benfica. A partida, disputada em Alcochete, sobrepôs-se à da equipa sénior masculina de futebol, o que certamente não contribuiu em nada para a divulgação do futebol feminino. Longe de Alvalade, numa semi-clandestinidade (tal como a equipa de rugby), as nossas leoas continuam a ser encaradas como o parente pobre. Mais estranho ainda quando em campanha Varandas tanto falou em igualdade e até apresentou uma senhora, Helena Ferro de Gouveia, jornalista, a pensar na inclusão da mulher no desporto. 

 

Tenor "Tudo ao molho...": Gonzalo Plata 

gonzaloplatalusa.jpg

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